FERNANDO RODRIGUES
A internet na política BRASÍLIA - Já há 32,1
milhões
de brasileiros com mais de 16 anos e algum tipo de acesso à internet.
O número é do Ibope. Eram menos de 10 milhões
em 2002, quando Lula se elegeu com 39,4 milhões
de votos.
Nesta eleição presidencial de 2006 a internet
será um meio de comunicação com
efeitos reais no resultado da disputa. Será a
primeira vez no Brasil. Já é algo comum
nos EUA.
Até 2002, o candidato a um cargo eletivo no Brasil
montava equipes de marketing, imprensa, TV, rádio,
pesquisas e coordenação de cabos eleitorais.
Internet era algo acessório, quase um luxo. Agora,
o político que entrar na disputa sem pensar na
web pode até não perder, mas sairá com
certeza em desvantagem.
O meio eletrônico de comunicação
cresce sem parar. Ontem, o jornal "The New York
Times" trouxe longa reportagem a respeito.
Eis um dado: o valor de publicidade gasto em internet
nos EUA subiu de US$ 4,2 bilhões em 2004 para
US$ 5,1 bilhões em 2005 -um aumento de 21,4%.
A título de comparação, o bolo publicitário
dos jornais de circulação nacional no mercado
norte-americano foi de US$ 1,6 bilhão no ano passado,
quase sem variação em relação
ao período anterior.
Não pense o político que vai apenas ganhar
votos se estiver na internet. Muito possivelmente, perderá eleitores.
A web tem sido, para o bem e para o mal, o meio predileto
para a propaganda negativa. Monta-se um site em Lesoto.
Divulga-se uma mentira. Até o atingido se explicar,
o estrago já foi feito. Alguém imagina,
por exemplo, que o escândalo da hora, a "lista
de Furnas", teria a amplitude que tem sem a internet?
Impossível.
A ciência e a arte dos candidatos em outubro será conseguir
neutralizar as eventuais propagandas negativas vindas
da internet. Nos EUA, quase ninguém consegue.
Aqui, poucos sequer pensam no assunto.
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