REINO
UNIDO
Sharon foi alvejada em uma perseguição
Morte de policial britânica acirra debate sobre
uso de armas de fogo
FÁBIO
VICTOR
DE LONDRES O assassinato
de uma policial em serviço na última
sexta-feira à noite acirrou a discussão
sobre a utilização de armas de fogo pela
corporação no Reino Unido.
Sharon Beshenivsky, 38, foi alvejada na cabeça
durante perseguição a uma quadrilha que
roubara uma agência de turismo em Bradford, 320
km ao norte de Londres. Sua colega Teresa Milburn, 37,
foi ferida no ombro, mas já deixou o hospital.
Como a maioria dos policiais britânicos, elas não
portavam armas.
A morte de Sharon, que estava em período de treinamento,
causou comoção no país, principalmente
após a notícia de que ela era mãe
de cinco crianças, três filhos naturais
e dois enteados. O primeiro-ministro Tony Blair e membros
do primeiro escalão deram declarações
de consternação.
Mas o episódio mexeu mesmo foi com associações
de policiais e políticos da oposição,
que passaram a cobrar uma ampliação do
número de guardas com permissão a portar
armas, hoje restrita a unidades específicas. Segundo
o presidente da Federação dos Policiais,
Jan Berry, somente 6.096 deles, ou 5% da força
de Inglaterra e País de Gales, têm autorização
para trabalhar com armas de fogo.
Deputados do Partido Liberal Democrata sugeriram que
ex-militares ensinem a corporação a utilizar
armas. O governo não se mostrou receptivo. "É importante
manter a proximidade entre polícia e população,
e portar armas pode colocar essa relação
em risco", disse secretária do Ministério
do Interior, Hazel Blears.
A polícia deteve em Londres seis suspeitos pela
morte de Sharon. Cinco deles, quatro homens e uma mulher,
foram levados a Bradford para interrogatório.
O debate sobre o porte de armas por policiais no Reino
Unido ganhou fôlego após os atentados terroristas
de 7 de julho em Londres e o assassinato do brasileiro
Jean Charles de Menezes.
|