Primeiro aniversário da vitória do NÃO!
Vamos comemorar!
"Hoje é o
dia do primeiro aniversário da estupenda vitória
do NÃO!, no Referendo sobre as armas. Vejam
o destaque que O Estado de São Paulo deu à nossa
campanha! Certamente terá influenciado o número
grande de mensagens que enviamos, na semana passada,
comentando Notas e Informações do
jornal.
1-
Vamos escrever ao jornal ( forum@estado.com.br)
(Veja
sujestões) parabenizando pela reportagem;
2-
Escrever para o Vereador Bolsonaro (carlosbolsonaro@camara.rj.gov.br) -
(Veja sujestões) pela feliz iniciativa em condecorar aquela valente
senhora, que enfrentou um marginal;
3-
Vamos escrever, também para a Globo (http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,F0-3353,00.html -
(Veja sujestões),
que no dia 27 deverá promover o debate entre
os dois presidenciáveis"
Referendo do desarmamento vira modelo para
lobistas americanos Porta-voz
da frente pelo não, coronel Paes de
Lira viaja pelo mundo bancado por associações
de armas
Adriana Carranca
A vitória do 'não' no referendo sobre
a proibição do comércio de armas
no Brasil, que completa um ano hoje, tem sido usada internacionalmente
pelos maiores lobistas americanos pró-armas como
estudo de caso. As poderosas National Rifle Association
(NRA) e World Forum on the Future of Sport Shooting Activities
(WFSA) têm financiado viagens de um porta-voz do
'não' aos Estados Unidos e Europa para discursar
sobre as estratégias usadas na campanha para ganhar
a opinião pública e convencer a população
a votar contra o desarmamento.
'Tornei-me
a cara do 'não'', diz o coronel Paes
de Lira, porta-voz da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima
Defesa, eleito deputado federal no dia 1º com uma
plataforma contra o Estatuto do Desarmamento. Desde a
vitória no referendo, ele já esteve na
Alemanha e em três cidades americanas.
'Fui mostrar
o exemplo do Brasil. Pesquisas diziam que a nossa posição seria esmagada por 85%
a 15%. Viramos essa perspectiva porque levamos à população
uma mensagem clara, a do direito à legítima
defesa.' O mote da campanha do 'não' no referendo
brasileiro - em que a proibição da compra
e porte de armas é colocada como violação
de um direito constitucional - é o mesmo usado
pela NRA, baseada numa interpretação da
Segunda Emenda da Constituição americana,
que garante o direito da população de 'manter
e portar armas quando a organização de
cidadãos armados se fizer necessária para
a segurança de um Estado livre'.
A NRA chegou
a enviar ao País um de seus principais
lobistas, Charles Cunningham, para um encontro com defensores
do comércio de arma. O encontro foi confirmado
ao Estado pelo coronel Paes de Lira, que assistiu à palestra
do lobista sobre a estratégia da NRA. 'Aprendi
muito com ele', diz.
Usada no referendo,
a estratégia do direito à legítima
defesa pegou de surpresa os defensores do desarmamento
e, no dia da votação, levou 64% da população
a optar pelo 'não'. Como se deu essa virada é o
que Paes de Lira relata nos discursos que tem feito a
convite dos lobistas americanos.
Em Milwaukee,
na sede da NRA, com 4 milhões de
associados entre fabricantes e portadores de armas, o
coronel foi homenageado após discursar ao Comitê de
Política Legislativa da organização.
Em Washington, após apresentar o 'caso Brasil',
ele recebeu a medalha de São Gabriel Possenti,
o padroeiro dos atiradores, 'em reconhecimento à sua
luta contra o desarmamento das pessoas de bem'.
O amuleto
lhe foi entregue pelas mãos de John
Snyder, diretor da Citizens Committee for the Right to
Keep and Bear Arms (Comitê de Cidadãos pelo
Direito de Manter e Carregar Armas), que mantém
um lobista em período integral na Casa Branca
e um fundo para financiar candidatos pró-armas
em eleições estaduais e federais.
Em Nuremberg,
o coronel discursou no Fórum Mundial
Sobre o Futuro dos Esportes com Armas, onde foi aplaudido
por atiradores americanos, canadenses, australianos e
europeus. O evento foi organizado pela WFSA, que tem
entre seus membros associações comerciais
e de fabricantes de armas e munições.
Também à convite da WFSA, Paes de Lira
falou no plenário da Organização
das Nações Unidas (ONU) para delegados
de 120 nações na Conferência sobre
o Controle de Armas Leves, em junho, onde exigiu 'respeito à decisão
tomada pelo povo brasileiro'. O recado, segundo ele,
foi endereçado ao secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, e à delegação brasileira
que estariam 'alinhados numa corrente muito forte dentro
da ONU para a obtenção de um tratado internacional
(pelo desarmamento)'
CONTRA AS ARMAS
O tratado
está sendo discutido pela Comissão
de Desarmamento e Anti-Proliferação da
ONU, que se reúne até o dia 31 em Nova
York. Na comissão, a diplomacia brasileira defende
maior regulação internacional sobre o comércio
de armas pequenas, o que, acredita o Itamaraty, teria
como efeito limitar o tráfico ilícito.
'Seiscentos
milhões de armas de fogo e 16 bilhões
de cartuchos de munição são produzidos
no mundo por ano e não há controle internacional
nenhum. Enquanto isso, as armas leves matam 500 mil por
ano, quase uma pessoa por minuto', diz o diretor-executivo
do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne.
Lobistas pró-armas americanos, no entanto, são
contra o tratado e têm procurado expandir sua influência
sobre a opinião pública internacional.
'A NRA se deu conta de que a estratégia baseada
em direitos se traduz para muitos idiomas', relatou Josh
Kurlantzick, pesquisador do Carnegie Endowment for International
Peace, em artigo publicado na revista do New York Times,
dia 17, em que fala sobre o marketing global da NRA e
sua influência no referendo brasileiro. Segundo
ele, na metade dos anos 1990, a NRA formou uma coalizão
pró-armas para lutar contra grupos pelo desarmamento
na esfera internacional.
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