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Última actualização: 27 Outubro, 2006 - Publicado em 05:08 GMT

ONU abre caminho a tratado sobre comércio de armas

Na sede das Nações Unidas em Nova York, foi aberto o caminho para um tratado internacional sobre comércio de armas.

Uma esmagadora maioria de cento e trinta e nove países votou a favor do início dos trabalhos mas os Estados Unidos, a Rússia e a China, três dos maiores fabricantes, não apoiaram a votação.

O único voto contra foi dos Estados Unidos, enquanto russos e chineses estiveram entre os 24 que se abstiveram.

O embaixador britânico para o Desarmamento junto das Nações Unidas, John Duncan, classificou o resultado da votação como um grande êxito.

' Cento e trinta e nove países disseram 'sim' ao comércio responsável de armas e estamos preparados para discutir com a ONU, com consumidors e produtores.

Segundo John Duncan, proliferam iniciativas para lidar com armas ligeiras, mas nenhuma para atender ao mais vasto impacto de armas convencionais de maior calibre.

No prazo de um ano, o secretário-geral das Nações Unidas deverá apresentar um relatório sobre a introdução de padrões internacionais comuns à exportação, importação e transferência de armas.

A redacção e aprovação de um tratado internacional levará anos, mas analistas consideram que a votação que desencadeou o processo foi um passo importante.

O Irão questionou a efectividade de qualquer tratado sem o apoio dos três maiores exportadores.

Rebecca Peters, directora da Rede Acção Internacional sobre Armas Ligeiras acha que os Estados Unidos terão de respeitar o tratado que vier a entrar em vigor dada a interdependência entre fornecedores, compradores e intermediários num mercado global.

Essa activista deu como exemplo o Tratado de Minas Terrestres, dizendo que apesar dos norte-americanos não o terem ractificado, a sua entrada em vigor levou à cessação da transferência de minas internacionalmente.

'Ainda que em última instância os Estados Unidos não o venham a ractificar, terão de o cumprir em grande medida, porque os seus clientes estaarão a cumprir.'