Matéria extraída do site www.diegocasagrande.com.br

ESTATUTO DO DESARMAMENTO: A REALIDADE


por Nilson Zalewski
em 29/12/2004


Até o momento, o estatuto do desarmamento, aprovado em 2004 e sancionado com aplausos pelo presidente Lula, está de parabéns. Fizemos uma lei de primeiro mundo e estamos no mesmo patamar jurídico dos países mais ricos e cultos do mundo. O cidadão não precisa andar armado, a segurança é fornecida pelo Estado com glórias! Nestes países ricos, a violência é mínima, não há milhares de assaltos todos os dias, tampouco tiroteios a qualquer hora do dia. Como se leu acima, o que escrevi é uma verdadeira ironia.

O estatuto do desarmamento foi fomentado pela Rede Globo, com cenas maravilhosas na novela das oito. Em Mulheres Apaixonadas, um tiroteio entre bandidos e polícia fere gravemente uma mulher. Vamos acabar com essas cenas no país! Que grande bobagem, o cidadão de bem foi desarmado e o bandido cada vez mais armado. O Sr. ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, me lembra o então secretário de segurança Bisol, do Governo Olívio Dutra no Rio Grande do Sul, onde o lema era, o bandido em primeiro lugar. A polícia tinha que avisar o bandido que iria atirar. Uma verdadeira piada.

Alguém tem dados concretos do reflexo das 120 mil armas recolhidas na campanha do desarmamento? A criminalidade diminuiu? Houve menos assassinatos? O cidadão sabe que os bandidos nunca irão entregar arma alguma, e o único sem defesa é ele próprio. Se você possui um estabelecimento comercial e é assaltado, por favor, mate o bandido a facadas ou pauladas, mas nunca com arma de fogo. Afinal, quem irá preso é você que não pode mais ter uma arma.

O Brasil está vivendo um problema nunca antes visto. A violência, antes restrita aos grandes centros urbanos, capitais e regiões metropolitanas, agora chegou a pequenas cidades do interior, fazendas de difícil acesso e vilarejos. A bandidagem descobriu que no interior não há policiamento. As cidades pequenas possuem apenas um carro de polícia, basta imobilizar o único meio de locomoção e torna-se possível fugir a pé, com a maior tranqüilidade.

Quem vos escreve, tem parentes em pequenas cidades do interior do Rio Grande do Sul, e as notícias que chegam seguidamente não são muito boas: residências arrombadas, limpadas, onde só ficam os móveis mais pesados. Que saudade do tempo em que as casas tinham cerca baixa, onde a utilidade era apenas demarcar o terreno, as roupas podiam ficar estendidas no varal sem o menor problema. Hoje, você pode morar numa cidade com 5 mil habitantes e sua casa é arrombada com freqüência, se descuidar, roubam até o cachorro.

A verdade é que o estatuto do desarmamento de nada adiantou, pelo contrário, piorou o que já era ruim. Milhares de portes de armas foram automaticamente cancelados e quantos novos foram emitidos pelo novo sistema? Algumas dúzias apenas em todo o país. A lei obriga que você prove o porquê de você querer ter uma arma. Ora, o cidadão quer uma arma para se defender, já que o Estado não é mais capaz disso.

O futuro do Brasil não é nada promissor no quesito segurança pública. Jamais iremos nos tornar uma grande potência e um contínuo centro de atração de investimentos com este problema cada vez mais caótico. A única solução, por exemplo, para a guerra do tráfico nos morros do Rio de Janeiro, é a tomada total das favelas por parte do exército. Mas, por que não querem? Primeiro, o insano argumento de que o exército é para defender a soberania nacional (soberania esta, que não existe mais na área das favelas, já que nem a polícia consegue entrar dentro delas - quem comanda o comércio e o funcionamento das escolas são os traficantes). Não existe mais soberania alguma. O segundo argumento é que o exército não é treinado para isso. Se não é treinado para defender a segurança da população, quem o é? A verdade é que cessando o tráfico de drogas no RJ, iria afetar gente graúda e importante, que lucra milhões com o dinheiro das drogas.

Vamos cidadão brasileiro, desarmem-se, deixe apenas o bandido se armar, afinal, a vítima sempre será você. Você tinha uma calibre 38, mas eles agora usam sub-metralhadoras, fuzis, granadas, bombas, etc. A sua arminha 38 de nada adiantaria. Nos países onde o porte de arma é proibido, o cidadão sempre dormiu com a porta aberta e a janela também. Porém, aqui dormiremos sempre todos enjaulados